domingo, 6 de fevereiro de 2011

Produção agrícola

Uma coisa é produzir. Outra é trazer a produção para a cidade.

Quantas chuvas resiste uma recuperação de ramal como está?
Neste fim de semana, durante conversa informal com um dos convidados para a festa de aniversário de minha neta, falamos da última campanha política.

De quem foi eleito, dos que não foram. Quem deveria está lá e não foi e de quem jamais deveria ter ido. Esses papos de analista político e treinador de futebol que todo brasileiro pensa que é.

Falamos das promessas de Tião Bocalon de garantir alimentos baratos na mesa de todo acriano e da sua política de país desenvolvido para o setor agrícola.

Aí meti minha colher. Pedir um aparte aos nobres pares, para dá alguns testemunhos do que presenciei na época em que fazia assessoria há um político e andava em peregrinação pelos municípios do Acre.

Contei que é preciso o mínimo de conhecimento da nossa realidade para prometer investir na agricultura e sairmos da dependência de Rondônia que nos fornece feijão, milhão, arroz e até banana.

Há quem diga que nosso produtor é preguiçoso e não produz nem para comer. Será verdade? Ou ele já tem experiência de saldo para saber que muito trabalho na produção é certo que o prejuízo será proporcional?

Em Porto Acre, município distante a menos de 100 km da capital ouviu testemunho de um agricultor. Ele disse que através de financiamento do Basa, conseguiu planar quatro hectares de mamão Papaia.

Da varanda de sua casa assistiu sem poder fazer nada, toda produção ser devorada por pipiras. A produção não pode ser escoada para o centro consumidor nem em lombo de animais porque os burros atolavam. Lhe sobraram as dividas e nenhuma condição de pagamento.

Nos demais municípios a situação não é diferente. Quem mora a dois quilômetros de ramal, em distância para o asfalto, não pode produzir muito sem não o prejuízo é grande. Esses produtores se limitam, a plantar o suficiente para o próprio sustento.

Gente, não temos pedra, cascalho para pavimentação de ramais. O que existe é um barro vermelho, colocado sobre um barro branco que transforma tudo em grande e intransponível atoleiro ao menor densidade de chuva. Não há outra realidade.

Mentir garantindo recuperação de ramais só convencem telespectador de televisão. Quem mora no interior sabe que tais recuperações é apenas uma raspagem para reduzir os buracos do inverso passado e que se reproduzirão neste inverso deixando todos isolados novamente. Sem mais, nem menos.

Quem achar isso tudo um grande “exagero” vá conhecer qualquer ramal, mesmo que nos arredores de Rio Branco. O resto... é política. Pronto. Disse e tá dito.

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