A Nota
de Repúdio da direção do Sinteac, republicada no pé da página, me estimulou a
seguinte reflexão:
Desde que perdeu o privilégio de nomear diretores de
Escolas, o Governo está
com o Sinteac na garganta. Não o engole e nem regurgita mas sonha em manter sob
suas rédeas, o maior sindicato do Acre.
Não está tão
remoto o tempo em que os Sindicatos do Acre eram apenas um dos braços do Partido
dos Trabalhadores. Faziam oposição raivosa contra os partidos de direita que
governavam o Acre. Todos eram aspirantes dos mesmos desejos. Derrubar os
governos corruptos, criar um governo progressista, com ética e intransigente
com a corrupção.
Os Governantes
na época eram bons em proteger apadrinhados, mas péssimos em mobilização,
articulação política e promoção de novas lideranças. O PT dava aulas nestas
matérias.
Assim, logo
que chegou ao poder formou uma força poderosa com o mando de todos os sindicatos
e suas manifestações públicas, tinham algo de espetacular.
Antes, porém
“agasalhou sob seus cobertores”, primeiro os companheiros de infância, de faculdades...
parentes, amigos e filhos dos amigos. Mas sobrou uma enorme massa de militantes
de base. Estes se sentem como saldados abandonados em frente de batalhas, restando-lhes
apenas a camisa rasgada, suada e poluída de tantas guerras...
Trava-se aí,
uma batalha sem precedentes por espaços. Cada um querendo sua fatia no bolo. Primeiro, os antigos companheiros disseram
não as interferências do Governo na direção das escolas e mais tarde, deu-lhes
um chute em suas pretensões de manter os sindicatos sob suas ordens.
O Governo
sentiu o baque. Agora, luta com suas principais armas: A perseguição, intimidação,
intrigas, ameaças, cortes de vantagens adquiridas, descumprimento de acordos e humilhações...uma
guerra desleal para retomar o campo de mando.
Praticamente
não tem mais nenhum sindicato, a colorir de vermelho suas campanhas. Com esses
dissidentes se foram seus familiares e amigos. Ao fechar a conta, o Governo
percebeu que não poderia arcar com tamanho prejuízo eleitoral e arregaçou as mangas
para recuperar o prejuízo.
Não importa
os maios (e isso faz parte de sua filosofia de luta) para retomar os
sindicatos. Seu alvo, após perder as eleições do sindicato da Saúde é o
Sinteac, onde o filão eleitoral é maior.
No contraponto
de suas pretensões, tem uma categoria pronta a lhe dá o troco por todas as
atrocidades que têm sido vítimas e uma liderança sindical (Rosana Nascimento), determinada
em garantir a manutenção da autonomia e independência, duramente conquistadas.
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