terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Infidelidade conjugal

A mídia agiu no atacado

e prejudicou no varejo


A imprensa, recalcada por não poder falar tudo que sabe, teve seu dia de fúria e despejou toda frustração nos ombros de dois amantes, cujo crime mais grave foi escolher o lugar errado para namorar.
Aqui não entra em julgamento o mérito da causa. Não vamos ser hipócritas ao ponto de dizer desta água não beberei.
A poligamia não é raridade entre as sociedades, desde as mais primitivas. Há quem defenda ou abomine. Mas o fato é que ela existe. A discussão, tema da abordagem é sobre o papel da mídia no episódio.
Entende-se que a relação polícia/imprensa nunca foi amigável. Exceto com as equipes de jornalistas que fazem coberturas das noticias policiais e ainda assim, por conveniência. As partes fingem que são amigas até que surja oportunidade de uma “ferrar” a outra.
Só isso explica a importância na divulgação do episodio em que um agente policial civil foi flagrado no interior da viatura policial com uma mulher.
Na minha avaliação a mídia foi irresponsavelmente covarde. Agiu com desfaçatez. Trabalhou gratuitamente para atender interesses do marido traído que se expôs publicamente ao papel de corno, para reunir provas documentais da infidelidade da esposa.
Na ânsia de divulgar algo novo e inusitado, arrancar a fita adesiva que lhe tapa a boca e finalmente mostrar a verdade como ela é, a mídia agiu no atacado e atingiu inocentes no varejo. Como a família do agente policial, por exemplo.
Os filhos do casal infiel e a esposa do agente tinham direito de serem poupados da exposição a que foram submetidos.
O casal envolvido no escândalo foi colocado a excreção pública porque escolheu o lugar errado para o conluio amoroso. O castigo foi desproporcional ao agravo se levarmos em conta a banalização do crime que cometeram.
Neste exato momento, centenas de outros amantes estão praticando o mesmo “crime” e nem por isso estão sendo ridicularizados ou tratados como se bandidos fossem.
A PM fez seu trabalho, o corregedor de polícia fez seu trabalho. A imprensa prestou um desserviço e saiu arranhada. O marido traído foi o único beneficiado. Teve as provas que queria sem nenhum gasto financeiro. Ganhou o status de vitima a saiu de coitadinho da comédia estilo pastelão.


Leia aqui o que foi publicado sobre o assunto;

http://www.ecosdanoticia.com.br/index.php?option=com_content&task=view&id=4876&Itemid=38

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