Nem uma coisa, nem outra.
Apenas trabalhadores.
Li com a devida atenção o artigo da simpática Rose Lima “Imprensa e Polícia... Adversários ou Aliados?”. Ela terce algumas considerações dos últimos acontecimentos envolvendo policiais militares e a colega Ana Paula Batalha. E desabafa: “Lá se foi por terra mais uma vez o direito de livre expressão, o trabalho de um profissional tolhido, usurpado, estorvado... Ninguém merece!!!”
Querida Rose! Tivesse você ou Ana Paula feito estágio na taba, iriam descobrir que polícia e imprensa, nunca foram parceiros e menos ainda amigos, pelo simples conflito de interesses, opinião e trabalho.
Estes dias, vi e assisti o major PM Luciano, (comandante da Ciatran), ser massacrado pela mídia por ter, no cumprimento do dever e da lei, protegido a imagem de uma pessoa quando sob sua responsabilidade, era conduzida ao IML para exames antes de ser encaminhada para o presídio, como suspeito pelo crime de estupro contra um menor.
Pois bem. Major Luciano estava fazendo seu trabalho como manda a constituição e não tentando impedir o trabalho da imprensa como foi amplamente questionado. Isso ocorre porque nossos interesses são convergentes. A Lei faz referencia ao direito de preservação da imagem e não de proteger bandido.
O major alega: “Não estava protegendo bandido e sim, preservando a imagem de um infrator que estava sob minha responsabilidade”. Onde está o erro do militar?
Para imprensa, o militar estava “apenas” impedindo que os jornalistas fizessem seu trabalho..Onde está o erro da imprensa?
É disso que estamos falando. Cada lado tem interesses diferentes.
A polícia tem o dever de impedir que a imagem do preso seja exposta. Que informações importantes sejam dadas para não prejudicar as investigações. Nós, jornalistas temos o dever de informar, publicar, mostrar... Fazer nosso trabalho. Como conviver pacificamente com alguém que, no cumprimento de sua missão impede que nós (jornalistas) possamos cumprir a nossa?
Nunca seremos amigos, parceiros ou estaremos do mesmo lado. Toleramos-nos por conveniências. Os jornalistas não querem ter inimigos que pode prende-los e andam armados. Do mesmo modo os policiais não têm interesse em fazer inimizades com quem poderá lhe “ferrar” na primeira oportunidade.
Em relação ao episódio envolvendo a jornalista Ana Paula Batalha, até parece que ela descobriu o fogo ao se deparar com a censura, a proibição e o cala a boca dentro das redações. Democracia, liberdade de expressão, direito de informar?? Para com isso... São lições filosóficas e utópicas de professores que nunca saíram às ruas para cumprimento de pauta. Em regra geral quem forma jornalista é formado em letras e não em jornalismo.
O presidenciável Ciro Gomes após mais uma rasteira política abdica da disputa e sai disparando : “Infelizmente se assiste a extinção precoce e necrose da nossa democracia”.
Nossas verdades, cara Rose Lima não interessam a ninguém. Ficam restritas as pessoas do nosso convívio e os amigos. A massa sabe apenas o que interessa saber, segundo o conceito do patrão e do patrão d’ele. O resto é bassóvia, ranço, birra, ranger de dentes que levará os jornalista do nada para lugar nenhum. Os donos, empresários da mídia sempre nos mandaram o seguinte recado: “Quem não se “enquadrar” ao sistema não se estabelece e ainda perde o direito de disputar os farelos que cai da mesa de quem está pagando o almoço”.
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