quinta-feira, 22 de abril de 2010

Secretário de segurança do Rio Beltrame é

aplaudido em seminário a falar das UPP’s

nonato de Souza
Assesseria/SESP

Secretário de segurança do Rio de Janeiro, José Mariano Benincá Beltrame

O gaúcho José Mariano Benincá Beltrame, 53, atual secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, esteve no Acre a convite do Governo do Estado para falar das políticas inovadores implantadas no seu Estado que tem mudando a realidade da segurança pública entre as populações que habitam os morros cariocas, batizada de Unidades de Polícia Pacificadora UPP.

Durante uma hora ele fez uma contextualização do perfil geográfico do Rio, sua especificidade em relação aos demais estados pelo fato da “periferia” está colada ao centro comercial e financeiro do Estado.

Dissertou sobre a criação da Polícia desde a época do imperito e ao final da contextualização afirmou: “Não estou aqui para ensinar aos senhores como fazer polícia, da mesma forma como os senhores não podem falar sobre a segurança pública do Rio de janeiro, pois são realidades completamente diferentes. Não conheço a segurança pública do Acre da forma como os senhores não conhecem a Rio de Janeiro”.

E arramata: “Nossa realidade lá é que combatemos a violência promovida por facções que disputam entre si, a hegemonia territorial na disputa pela comercialização e o tráfico de drogas.

Não desconhece que o Estado deixou uma enorme lacuna de demandas sociais entre as comunidades mais carentes e que tal lacuna, foi preenchida pelos traficantes. Hoje o Estado paga o preço pela política equivocadas. “Pela omissão em permitir construções habitacionais em áreas onde não poderia construir”.

Especificamente sobre o programa da UPP ele diz ser exclusivo de sua equipe de colaboradores e de alguns comandantes militares que acreditam em mudanças. Foram meses de estudos em cerca de cem comunidades tidas como gestoras de constantes conflitos e dominadas pelo crime organizado e traficantes.

nos morros filho de Victor Beltrame e Eunice Benincá Beltrame, nascido em 13 de maio de 1957, na Cidade de Santa Maria, Rio Grande do Sul, é Delegado de Polícia Federal, e atualmente ocupa o cargo de Secretário de Segurança do Estado do Rio de Janeiro, desde primeiro de Janeiro de 2007.

Beltrame é formado em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria/Rio Grande do Sul, em Administração de Empresas e em Administração Pública pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, especializou-se em Inteligência Estratégica na Universidade Universo/Rio de Janeiro e na Escola Superior de Guerra. Na área Policial fez curso de Inteligência em Segurança Pública realizado pela Secretaria Nacional de Segurança Pública e Curso de Análise de Dados de Inteligência Policial-Sistema Guardião.

Ingressou no Departamento de Polícia Federal no ano de 1981 de Polícia Federal, atuando principalmente na área de repressão a entorpecentes e na área de Inteligência Policial, combatendo o crime organizado em diversas unidades da federação.

Na Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro, já como Delegado de Polícia Federal foi Coordenador da Missão Suporte, Chefe do Serviço de Inteligência Policial e Chefe da Interpol. Coordenou ainda, a Segurança da septuagésima quinta Assembléia Geral da Interpol, realizada na cidade do Rio de Janeiro no ano de 2006, além de ter atuado como professor e palestrante no Curso de Pós Graduação em Inteligência e Segurança Pública da Universidade Federal do Mato Grosso. E no extenso currículo soma 17 ameaças de morte partidas na maioria por lideres do tráfico de drogas que mandou prender. “Ao assumir a secretaria de segurança do Rio e sabendo meu próprio perfil sabia serem essas ameaças inevitáveis. Tomo minhas precauções, mas não deixo de ir onde quero ou preciso ir”.

Como funcionam as UPP’s

Intensos estudos e levantamentos entre as comunidades mais violentas é o critério para implantação do programa. O elemento surpresa precede a ocupação da área pelo Batalhão de Operações Especiais – BOPE.
Marine explica que não importa o tempo necessário para a retirada do Bope. Isso acontece gradativamente e quem sai é substituídos por policiais que saem da academia treinados, para trabalharem em uma comunidade pacificada.

Com o tempo a população passa a creditar que a presença do Estado voltou. Os bandidos migraram, foram presos ou mortos em confronto. A paz volta a reinar.

Além da segurança, o Estado se faz presente com escolas, postos de saúde, coleta do lixo e outros benefícios sociais. O agente de segurança passa a se integrar a vida da comunidade e ganha sua confiança. “O bandido é rejeitado pela comunidade que antes o protegia”.

O secretário Beltrame afirma que relatórios do serviço de informação revelam que em 2010 foi registrado o mês de fevereiro com menor índices de violência nos últimos dez anos e com indisfarçável orgulho menciona o morro (comunidade) “Cidade de Deus” onde a violência dominante foi inspiração para o filme com o mesmo nome e ganhador de vários prêmios.

Estamos com a Unidade de Polícia Pacificadora na “Cidade de Deus” há um ano e meio e em 2009 foi registrado apenas um crime de homicídio. A vitima morreu de traumatismo craniano em um briga co um desafeto.

Perguntado de o programa pode servir para outros estados, respondeu: “É possível. Pode servir ao Acre. Não da forma como serve no Rio. Há de se adequar a realidade local. Nesse seminário estamos abertos a passar o que sabemos e aprender o que não sabemos. Por exemplo, no Acre a PM recebe uma gratificação por meta alcançada. Vamos estudar a possibilidade de levar isso para o Rio de janeiro”.

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