segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Exame de câncer de próstata:
 ‘dá falso positivo para 12,5%’

Um em oito homens submetidos a testes para câncer da próstata apresentam resultados positivos quando na verdade não estão sofrendo da doença, segundo um estudo europeu publicado na revista científica britânica British Journal of Cancer.

O falso resultado positivo leva a procedimentos invasivos, como biópsias, e também, possivelmente, a tratamentos desnecessários.

O teste usado é o PSA, sigla inglesa para Antígeno Prostático Específico. Ele mede a presença do antígeno, uma proteína secretada pela próstata. Grandes quantidades da proteína podem estar associadas ao câncer da próstata.
A entidade beneficente britânica Câncer Research UK, que promove pesquisas sobre o câncer, disse que os pacientes deveriam discutir os aspectos positivos e negativos do teste com o médico.
Em março de 2009, resultados iniciais do European Randomised Study of Screening for Prostate Cancer – um estudo sobre programas para detecção do câncer da próstata que está sendo realizado em sete países europeus – mostraram que o número de mortes provocadas pela doença poderia ser reduzido em 20%.
Porém, resultados mais recentes lançaram dúvidas sobre os benefícios dos testes a longo prazo, indicando que alguns homens podem acabar sendo “supertratados”, ou seja, recebendo tratamento para um câncer que se desenvolve tão lentamente que jamais causaria problemas durante a vida do paciente.
Agora, dados da parte finlandesa do estudo europeu mostram que para cada oito homens testados, um acabou obtendo um falso positivo, mesmo quando seu teste acusou índices altos de PSA.
Os homens que tiveram testes positivos e depois descobriram que não tinham câncer se mostraram duas vezes mais inclinados a não aceitar testes futuros, mesmo correndo riscos de desenvolver a doença mais tarde.
‘Efeito adverso’ -  Os pesquisadores disseram que são necessárias mais pesquisas para tornar os testes mais precisos e auxiliar na identificação daqueles que têm mais chances de apresentar um resultado positivo verdadeiro.
O responsável pelo estudo, Tuomas Kilpelainen, disse: “Não acho que testes rotineiros devam ser recomendados até que se saiba mais sobre os efeitos adversos e os custos dos testes”.
“Se um homem tem sintomas no trato urinário e se preocupa se tem câncer na próstata, a coisa mais importante é consultar um clínico geral ou um urologista”.
A diretora dos programas de testes para câncer do NHS – o sistema nacional de saúde britânico – Julietta Patnick disse que se por um lado o estudo europeu revelou, pela primeira vez, que os testes PSA podem salvar vidas, o estudo também mostrou que”48 homens precisam ser tratados para que uma vida seja salva”.
“Falsos positivos são um problema para qualquer programa de testes e o estudo finlandês é muito útil no entendimento do seu desempenho no contexto do câncer da próstata”.
O médico Peter Johnson, da Cancer Research UK, disse que os testes têm aspectos positivos e negativos.
“Por essa razão, é importante que homens com idades acima dos 50 e 60 anos conversem com seus médicos sobre os prós e contras do teste PSA e só façam o teste se sentirem que é a coisa certa para eles”.

Fonte: BCC
http://www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/acessado em 08/12/2010



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