quinta-feira, 24 de abril de 2008

Caso Isabela


Amigos e amigas! As evidencias também erram..

Como a maioria dos brasileiros, tenho acompanhando o caso da menina Isabela pela televisão. Estou praticamente um especialista no assunto. Claro que assisti a entrevista do pai Alexandre Nardoni e da madrasta Ana Carolina Jatobá, tidos pela polícia como principais suspeitos do crime. Também estou dividido entre a incredulidade e as evidências.
Há as evidencias!!!

Às vezes são tão falsas quanto às aparências. Recuso-me acreditar que um pai possa fazer tamanha monstruosidade com a própria filha. Olhem só um exemplo de falha clássica das evidências.

Durante um briga entre gangs em 2002, uma pessoa foi assassinada no estacionamento do 14 BIS, bar dançante localizado no pátio do antigo aeroporto de Rio Branco.


Uma semana após o criminoso estava preso, delatado por testemunhas oculares que presenciaram o crime. O acusado sempre alegou ser inocente. Isso para a política é algo comum. O criminoso raramente assume a autoria do crime.


O delegado André Luiz, titular do 2º DP e responsável pelo inquérito foi o autor do pedido de prisão. É um dos delegados mais atuantes de Rio Branco e garante jamais ter tido duvidas da culpa do suspeito.


O elemento foi a jure popular e condenado a 16 anos de prisão. Do Tribunal do Júri o condenado foi encaminhado direto para o presídio estadual e não se falou mais no assunto.
Dois anos se passaram até que a polícia prendeu um psicopata conhecido por “Edinho” autor de um duplo crime de homicídio no Bairro Taquari. No mesmo dia o tal Edinho feriu gravemente uma terceira pessoa o deixando paraplégico.

Pois bem. Edinho foi preso acusado por duplo homicídio e lesões corporações graves. Como já era foragido do presídio por assalto, trafico e homicídio, sabia que passaria o resto da vida na cadeia. Porém em um gesto raro de dignidade pediu audiência com o juiz da Vara de Execuções Penais, pois queria confessar à autoria de outro crime, alegando que um inocente estava preso em seu lugar.


Atendido, confessou diante de um promotor e do juiz, que havia sido ele o autor do crime no estacionamento do 14 BIS. Colocado lado a lado com o homem condenado em seu lugar, ficou explicado a confusão. Não havia como uma testemunha diferenciar quem era quem. Eram mais idênticos que muitos dos irmãos gêmeos que se conhece por aí.


O inocente foi libertado. Seu advogado deu entrada com um processo de reparação de danos contra o Estado. O resultado deverá ocorrer quando nascer chifres em cabeça de cavalo e galinha criar dentes. Mas isso é outra história.


Voltando ao caso da garotinha Isabela. Todas às evidencias apontam o pai e a madrasta como responsáveis pelo crime. Torço para que não sejam culpados, pois ainda acredito em valores familiares como um sentimento dos mais importantes na vida das pessoas. Ficarei triste se no final ficar provado e comprovado que foram os pais os autores do crime. Não é aconselhável a gente sair atirando pedras, correndo risco de atingir pessoas inocentes.


Como ser humano, também tenho a mesma sede de justiça dos demais brasileiros.. Vamos, portanto, deixar que a polícia investigue e que a Justiça puna os culpados.Não podemos nos vestir de justiceiros e punir quem acreditamos tenha cometido um crime. As evidencia, também podem errar..

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