quinta-feira, 24 de junho de 2010

Justiça seja feita

Como repor os médicos que não
podem trabalhar no interior


A Justiça determina a suspensão da contratação de médicos sem Registro do Conselho Regional de Medicina (CRM) para o interior do Estado. O pleito do CRM é justo. Um marceneiro não pode fazer cirurgias e um artista plástico não pode fazer extração de dentes. Uma parteira não pode fazer “cezariana” e uma professora não pode advogar. Em síntese, é cada um no seu quadrado. Nada mais justo que cada uma exerça a função para a qual estudou ou se especializou. Tá tudo certinho.

Ocorre porém que: Aqui na capital, ali na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tucumã, pacientes estão rangendo os dentes com justa razão, por falta de médicos. Por mais que uma minoria de bajuladores (puxa sacos) diga ao contrário, a verdade é que existem apenas dois médicos, um pediatra e um clínico geral para atender uma média de 150 paciente/dia.

Claro que esses profissionais trabalham feito burro de carga. Não tem o esforço reconhecido e ainda são tratados como incompetentes, omissos e descompromissados. Claro!

Como duas pessoa podem atender satisfatoriamente uma demanda de 150 pacientes todos os dias. Eles (os médicos) não tem tempo de ir ao banheiro, tomar água ou fazer um simples lanchinho.

Essa situação é facilmente comprovada todos os dias ali na UPSA do Tucumã. Na frente das lentes do secretários de saúde e demais responsáveis pelas políticas pública de atendimento a saúde da população. Agora meu caro leitor, faça uma idéia do que ocorre nos postos e centros de saúde de Manoel urbano, Santa Rosa, Jordão; Mâncio Lima, em Marechal Thaumaturgo, Porto Walter ou Rodrigues Alves?.

A população inteira desses municípios só tem um médico (ou pensa que tem) formado geralmente na Bolívia (porque não tem médico brasileiro que queira ir morar nestes municípios) e de repente o CRM consegue na justiça o impedimento do exercício da função desses médicos.

Claro que isso não é da alçada do CRM resolver mas, será que a mesma instituição pode ao menos sugerir que a justiça obrigue a contratação de médicos habilitados para essas localidades?

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