Pesquisadores ambientais descobriram assim, num estalar de dedos, que os sacos plásticos levam anos para se decomporem na natureza e estão contribuindo em demasia para poluição ambiental.
Eureka!! Demorou.
É que há 43 anos, eu ainda criança vendia sacos durante as madrugadas no Mercado Público Central de Porto Velho. Todo processo no fabrico dos sacos, era artesanal. Eu e meus companheiros empreendedores ( ! ) saíamos nas tardes de sábado para percorrer as construções.
Com pedreiros, serventes e mestres de obras, negociávamos o menor preço pela unidade do saco de cimento, guardados durante a semana para este fim. Haviam ocasiões em que essa matéria prima era doada. Sorte nossa..
No domingo, a diversão era fabricar os sacos e emendávamos o tempo livre para fabricar papagaios, conhecidos dos acreanos por “pepêtas”. Uma farra!.
Nas segundas-feiras, por volta das 4:00hs, 4:30hs saíamos em direção ao mercado. Estando lá, era cada um por si. Virávamos concorrentes. Minha turma era composta pelos irmãos Orlando, Raimundinho e Aluízio, meus vizinhos mais próximos. Orlando era sem duvida, o campeão de vendas. Sem ocupação, ficava esperando que acabassem nossos estoques para voltarmos juntos para casa, a tempo do horário da escola. A ordem dos pais (naquele tempo filho ainda obedecia pai e mãe) era para que não nos dispensássemos.
Tínhamos que ir e vir juntos. A “gente” se ajudava até nas brigas com vendedores rivais, de outros bairros. Durante a venda era uma gritaria digna de um dia movimentado na bolsa de valores. O peixeiro, para vencer a concorrencia gritava a todos os pulmões, o preço e a espécie de peixe disponível em sua banca. Gritos geralmente abafados pela classe de “comerciantes” da qual eu fazia parte.. SAQUEEEIIIIIROO!!!.
Orlando, meu amigo e colega de trabalho tinha uma tática especial de venda. Fazia uma propaganda que deixava no chinelo qualquer camelô profissional. Os sacos que ele vendia “suportavam mais de dez quilos. Eram importados da Argentina e fabricado com cola especial.. blá blá blá.
Eureka!! Demorou.
É que há 43 anos, eu ainda criança vendia sacos durante as madrugadas no Mercado Público Central de Porto Velho. Todo processo no fabrico dos sacos, era artesanal. Eu e meus companheiros empreendedores ( ! ) saíamos nas tardes de sábado para percorrer as construções.
Com pedreiros, serventes e mestres de obras, negociávamos o menor preço pela unidade do saco de cimento, guardados durante a semana para este fim. Haviam ocasiões em que essa matéria prima era doada. Sorte nossa..
No domingo, a diversão era fabricar os sacos e emendávamos o tempo livre para fabricar papagaios, conhecidos dos acreanos por “pepêtas”. Uma farra!.
Nas segundas-feiras, por volta das 4:00hs, 4:30hs saíamos em direção ao mercado. Estando lá, era cada um por si. Virávamos concorrentes. Minha turma era composta pelos irmãos Orlando, Raimundinho e Aluízio, meus vizinhos mais próximos. Orlando era sem duvida, o campeão de vendas. Sem ocupação, ficava esperando que acabassem nossos estoques para voltarmos juntos para casa, a tempo do horário da escola. A ordem dos pais (naquele tempo filho ainda obedecia pai e mãe) era para que não nos dispensássemos.
Tínhamos que ir e vir juntos. A “gente” se ajudava até nas brigas com vendedores rivais, de outros bairros. Durante a venda era uma gritaria digna de um dia movimentado na bolsa de valores. O peixeiro, para vencer a concorrencia gritava a todos os pulmões, o preço e a espécie de peixe disponível em sua banca. Gritos geralmente abafados pela classe de “comerciantes” da qual eu fazia parte.. SAQUEEEIIIIIROO!!!.
Orlando, meu amigo e colega de trabalho tinha uma tática especial de venda. Fazia uma propaganda que deixava no chinelo qualquer camelô profissional. Os sacos que ele vendia “suportavam mais de dez quilos. Eram importados da Argentina e fabricado com cola especial.. blá blá blá.
Todos sabiam que era a mais pura mentira, mais pela propaganda, sua mercadoria acabava primeiro.
É verdade que não raro às vezes, o freguês jogava o peixe dentro do saco e a mercadoria passava direto. Aí nós vendedores, tínhamos que repor a embalagem a custo zero para não “desagradar” o cliente. Prejuízo na certa.
Para nós, crianças humildes, a venda de sacos supria muitas necessidades. Ajudava na compra do material de escolar e acreditem, ainda sobrava algum para ajudar os pais nas despesas domésticas.
Geralmente o peixe não faltava na mesa até porque, era bem em conta devido à fartura da época. Não havia frigorífico em Porto Velho e o peixe que não era vendido durante o dia era jogado de volta ao Rio Madeira ou distribuído gratuitamente às famílias que iam ao mercado no final da tarde só para pegar a sobra.
Tempos de farturas e desperdícios àquele..
Mais aí veio a modernidade e com ela, os sacos plásticos. Ninguém mais queria nos comprar os sacos de papel.. Nas lojas, mercearias, padarias, açougues e farmácias, era moda oferecer os produtos comercializados dentro da nova embalagem. A figura do saqueiro (e lá se foi eu junto) desapareceu do mercado de trabalho.
No último domingo, vejo reportagem na TV, que o País está gastando um bilhão de sacos plásticos cada mês. Um saco plástico demora dezenas de anos para se decomporem na natureza. Ninguém sabia o que fazer para resolver o problema, até que algum iluminado, filho do “capitalismo selvagem”, advogou que os sacos devem ser vendidos, pois assim se diminui o uso.
Pergunto: A venda do saco plástico é boa para o meio ambiente ou para o fabricante que se vai aumentar e muito seu lucro? Como sugestão, voltem os sacos de papel (um retrocesso em nome da preservação do meio ambiente) mais fabricados a partir de material reciclável – o próprio papel ou mesmo do plástico, desde que seja biodegradável.
É verdade que não raro às vezes, o freguês jogava o peixe dentro do saco e a mercadoria passava direto. Aí nós vendedores, tínhamos que repor a embalagem a custo zero para não “desagradar” o cliente. Prejuízo na certa.
Para nós, crianças humildes, a venda de sacos supria muitas necessidades. Ajudava na compra do material de escolar e acreditem, ainda sobrava algum para ajudar os pais nas despesas domésticas.
Geralmente o peixe não faltava na mesa até porque, era bem em conta devido à fartura da época. Não havia frigorífico em Porto Velho e o peixe que não era vendido durante o dia era jogado de volta ao Rio Madeira ou distribuído gratuitamente às famílias que iam ao mercado no final da tarde só para pegar a sobra.
Tempos de farturas e desperdícios àquele..
Mais aí veio a modernidade e com ela, os sacos plásticos. Ninguém mais queria nos comprar os sacos de papel.. Nas lojas, mercearias, padarias, açougues e farmácias, era moda oferecer os produtos comercializados dentro da nova embalagem. A figura do saqueiro (e lá se foi eu junto) desapareceu do mercado de trabalho.
No último domingo, vejo reportagem na TV, que o País está gastando um bilhão de sacos plásticos cada mês. Um saco plástico demora dezenas de anos para se decomporem na natureza. Ninguém sabia o que fazer para resolver o problema, até que algum iluminado, filho do “capitalismo selvagem”, advogou que os sacos devem ser vendidos, pois assim se diminui o uso.
Pergunto: A venda do saco plástico é boa para o meio ambiente ou para o fabricante que se vai aumentar e muito seu lucro? Como sugestão, voltem os sacos de papel (um retrocesso em nome da preservação do meio ambiente) mais fabricados a partir de material reciclável – o próprio papel ou mesmo do plástico, desde que seja biodegradável.
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