segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Faculdade de medicina

NO ACRE, TEM GENTE QUE É CONTRA

“A partir de agora teremos sempre 40 formandos a cada ano e esta turma é a consolidação do curso de Medicina। É um momento importante para a universidade, para o Estado, e isso demonstra que a Ufac tem capacidade técnica de formar profissionais com excelência. A qualidade do curso também depende do esforço de quem estuda. Não é o curso que faz o aluno, é o aluno que faz o curso e hoje nós temos 40 profissionais capacitados para atuar no mercado da Medicina".


Todo parágrafo ai em cima foi publicado como sendo palavras da reitora da Ufac Olinda Batista, na cobertura jornalística da solenidade de formação de 40 alunos do curso de medicina da Ufac, com destaque em todos os veículos de comunicação do Acre.
A formação de novos médicos é, para nós acreanos, um alento. Misto de satisfação pela inserção no campo de trabalho de uma classe profissional tão necessária para o Estado. Os idealizadores, professores, alunos e seus familiares estão todos de parabéns. Os aplausos são merecidos.
A formação dos primeiros 40 profissionais no curso de medicina da UFAC, me recorda o teor de uma conversa com um conhecido cardiologista (não sito seu nome porque não tenho autorização para isso), durante uma consultam médica. Eu comentava com ele sobre a necessidade de mais profissionais em medicina no Acre e especial com especialidade em cardiologia.
Em meio ao "papo consulta" lembrei-lhe que felizmente estava em andamento a formação da primeira turma do curso de medicina no Acre e isso poria fim à penúria dos enfermos aqui no nosso Estado.
Para minha surpresa ELE me disse ser totalmente contra ao curso de medicina da Ufac. Pensei! Esse doutor está com medo da concorrência. Sim porque na época, os poucos cardiologistas em atuação aqui no Estado não aceitavam fazer convênios.
Só atendiam "consulta particular". Cobravam R$ 150,00 por consulta e ainda assim, não nadam conta de atender a clientela. Felizmente, não temos a capacidade de ler pensamentos.
Ai, ele completou seu raciocínio. “A partir da formação da segunda turma, onde o Estado vai acomodar os demais profissionais que irão se formar”?
Claro que existem dezenas de respostas para a indagação, mas naquele instante, eu estava fragilizado, apreensivo com um possível diagnóstico desfavorável. Seria “doido” para discordar de alguma coisa com o doutor?
Pois bem; Quando nem sonhávamos com uma faculdade de medicina no Acre, éramos atendidos bem ou mau, por profissionais de outros estados que haviam ficado fora do mercado de trabalho em seus estados de origem.
Não por incapacidade profissional mais exatamente devido à oferta de trabalho em declínio acentuado. Por este mesmo raciocínio, o que “sobrar” dos nossos novos médicos, suprirá a falta de médicos em estados ou municípios onde haja falta de médicos como ocorre ou vinha ocorrendo com o Acre. Enfim sempre houve a haverá espaços e trabalho para todos, apesar das previsões agourentas. Que venham mais médicos.
Este fim de semana foi convidado por uma guarnição policial militar a ser testemunha de um entrevero, entre visinhos de chácara, onde um dele saiu ferido. Não me furtei ao dever de cidadão em colaborar com nossa policia. Pois bem. O condutor da viatura policial militar, um jovem de apenas 25 anos, é bacharel em direito. Lotado no pelotão da PM no Município do Bujari.
E daí? Confidenciou-me que enquanto não aparecer uma colocação de trabalho, dentro de sua área de atuação, vai trabalhando com muito orgulho na função de soldado da Polícia Militar.
Essa seria, portanto, a melhor resposta para o doutor em cardiologia que me confidenciou ser contrário a uma faculdade de medicina no Acre.

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