quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Porque panificadoras não querem a fécula


Porque panificadoras não querem aceitar
mistura da fécula de mandioca ao trigo


Ainda sobre à aprovação da Lei (pelo Senado Federal) que determina à mistura de fécula de mandioca a farinha de trigo para fabricação de pães e biscoitos, há algo que a população precisa saber e ainda não foi dito.
Maior parte dos empresários do ramo de panificações é contrária a mistura da fécula de mandioca a farinha do trigo e justificam as mais absurdas e estapafúrdias alegações, para defenderem seus pontos de vistas. Defesa que naturalmente aceitamos, mas não concordamos.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Panificação no Acre (Sindpan), Abrahão Felício, por exemplo, diz que as panificadoras que vendem seus produtos diretos ao consumidor, não têm interesse de trabalhar com a farinha de mandioca e justifica:
"Com certeza essa mistura altera a qualidade do produto. Além disso, na entressafra a farinha de mandioca fica até mais cara, então, economicamente, para as panificadoras, não é viável, porém, socialmente falando, esse projeto é muito bom para os produtores, são muitas famílias que produzem mandioca e que serão beneficiadas."

As declarações do empresário acreano, não diferem das declarações dos empresários do sul, nordeste ou sudeste do País. Isso, porém não implica desconhecer o assunto e tão pouco, falta de informação. Na prática, é o “pulo do gato” dos empresários, para aumentar lucros e manter os preços atuais.

O professor e PhD no assunto, Joselito Motta, pesquisador do Centro de Mandiocultura da Embrapa de Cruz das Almas, município encravado no recôncavo Baiano, garante em palestras para engenheiros, extensionistas, pesquisadores e professores universitários:

“O processo de mistura já vem sendo utilizado pelas grandes panificadoras de forma camuflada. Ao mesmo tempo em que os empresários garantem que a mistura não presta, aumentam seus lucros adicionando fécula de mandioca a farinha de trigo, triplicando o estoque de trigo em seus depósitos. Assim dobram seus lucros e mantém os preços atuais”.

Ainda segundo Joselito Motta, amostras de conhecidas marcas de farinha de trigo pesquisadas nos laboratórios da Embrapa, comprovaram existência, em alguns casos, de até 17% de fécula de mandioca na fabricação do pãozinho francês. E garante: “os consumidores nem percebem diferencia”.

Ocorre que: sendo a mistura oficializada, as grandes panificadoras seriam obrigas a baixarem o preço do pão, biscoito e bolacha. Isso não interessa aos empresários e, portanto, contra- atacam desqualificando um produto que na realidade já utilizam, só que de maneira clandestina.
O leitor aí acredita que se não fosse para levar vantagens, os donos de postos de gasolina iriam misturá-la com solventes de forma ilegal. Além do mais, como se pode afirmar que: essa mistura altera a qualidade do produto se ainda não fez uso dessa mistura?

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