terça-feira, 14 de abril de 2009

Enchente que dá lucro


Falta interesse político em acabar


com “ajuda” aos desabrigados


Quase trezentas famílias atingidas e cerca de 170 alojadas em acampamentos montados pela Defesa Civil, no Parque de Exposições em Rio Branco-Ac।


No Interior, as alagações atingem famílias em Sena Madureira, Tarauacá, Cruzeiro do Sul, Brasiléia e Epitaciolândia.

Por baixo, com os devidos descontos, se pode dizer que duas mil famílias estão de alguma forma, prejudicadas pelos transbordamentos das águas e o conseqüente alagamento de dezenas de bairro na capital e interior do Estado.

O assunto é requentado para alimentar o noticiário local. O prefeito Angelim repete um gesto anual ao assinar “Estado de Emergência” na capital e se caso a situação ficar ainda mais sinistra, assinará um outro decreto de Calamidade Pública.

A Defesa Civil Nacional entrará em ação. Chegarão aviões da FAB com donativos que serão desencaminhados antes da entrega total aos desabrigados.
A Caixa Econômica Federal vai liberar o FGTS. O comércio será aquecido com a venda de sacolões e quites para desinfetar as casas quando o rio voltar ao nível normal.

Com tanta grana e fartura, todos saem ganhando.

Em menos de 20 dias as águas voltam ao nível normal e ninguém tocará no assunto até a próxima cheia do Rio Acre.

A solução que não interessa

Caso houvesse interesse político a situação há muito estaria resolvida sem a necessidade de projetos caríssimos elaborados por equipe de especialistas em gestões.

Terras temos em abundância. Quantas habitações de três cômodos poderiam ser construídas com a madeira que está apreendida e sendo estragadas em depósitos do IBAMA, Imac, pelotão de polícia ambiental? Seis mil. Dez mil?
Quantas famílias foram atingidas diretamente pelas águas? Duas mil?
Então sobrariam habitações para resolver o impasse em definitivo. Mas aí entra a corrosão burocratiza da tal “gestão pública”.
Faltariam os recursos para a infra-estrutura. ... É mesmo? E qual a infra estrutura existente nos bairros onde estas famílias estão morando?

O que impediria o Estado ir construindo rede de esgotos e canalização de água, gradativamente até que tudo fosse resolvido?

O que impede o Estado e/ou município fiscalizar para que nenhuma outra nova moradia seja construída nos pontos de alagamentos.

Este blogueiro, ao acaso falou alguma utopia?
Então voltamos ao ponto de partida. Não se acaba com essa situação de penúria, repetidas todos os anos, porque não interessa. Afinal, alagações no Acre trazem mais lucros que prejuízos.

Nenhum comentário: