segunda-feira, 6 de abril de 2009

Não faz sentido

Versão para morte do delegado pode ser fantasiosa

Vejo com pesar noticia da morte do delegado rondoniense Cezar Pizzano. Cheguei a conhecê-lo pessoalmente e tive oportunidade de conversar com o mesmo em duas oportunidades.
Uma das vezes no gabinete do secretário de segurança Pública do Acre. O diretor geral de polícia do Acre era o delegado Walter Prado e estava interinamente no cargo de secretário cobrindo as férias do titular, Fernando Melo.
Cezar Pizzano estava no Acre em missão. Seguia pistas de uma quadrilha de assaltantes de banco. Era portanto, uma missão sigilosa para não prejudicar a investigação. Foi ao secretário de segurança do Acre comunicar sua presença e dizer o que estava fazendo. Como manda o figurino policial.
Boa praça, operante além da conta.
Comunicativo. Reclamava na conversa informal com Walter Prado que devido interferência política na pasta de segurança de Rondônia ela estava sendo transferido para um município distante da capital.
Era um parceiro incondicional da polícia acreana. Sempre pronto a servir e colaborar.
No segundo contato que mantive com o delegado foi em uma rápida entrevista que me deu em uma cadeira de rodas. Quando saia de uma ambulância para o setor de emergência do Pronto Socorro de Rio Branco.
Havia se envolvido em um acidente de carro na BR-364. Foi trazido para Rio Branco por ser mais rápido o atendimento devido à distância em relação a Porto Velho. Estava machucado mais bem humorado. Disse-me que pelas condições do acidente, o estado em que ficou o carro, se considerava um cara de muita sorte. Estava agradecido a Deus por tê-lo poupado.
Agora recebo a noticia que ele foi assassinado por ter reagido a um assalto, quando perseguia dois bandidos pés de chinelo em fuga numa bicicleta. Pizzano estava acompanhando de outro delegado de policia.
Gente! Essa história de morte por assaltante não faz sentido. Não tem pé nem cabeça. Não pode ser digerida a luz da razão.
Com a experiência que aquele homem tinha, não ia se deixar matar por um bandido merreca qualquer que fugia na garupa de uma bicicleta. E vale lembrar também que ele não estava sozinho e sim na companhia de outro delegado. Ai tem angu de caroço. O tempo vai se encarregar clarear essa versão nebulosa.

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