quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

O Brasil das oportunidades


É um Brasil habitado por milhões de oportunistas
No mês passado postei aqui no Blog, o que disse uma escritora holandesa, sobre as maravilhas do Brasil, que nós brasileiros, teimamos em desconhecer.
Parte do que disse a escritora:

Por que vocês têm esse vício de só falar mal do Brasil?

1. Por que não se orgulham em dizer que o mercado editorial de livros é maior do que o da Itália, com mais de 50 mil títulos novos a cada ano?
2. Que têm o mais moderno sistema bancário do planeta?
3. Que suas agências de publicidade ganham os melhores e maiores prêmios mundiais?
4. Por que não falam que são o país mais empreendedor do mundo e que mais de 70% dos brasileiros, pobres e ricos, dedicam considerável parte de seu tempo em trabalhos voluntários?
5. Por que não dizem que são hoje a terceira maior democracia do mundo?

Nosso pessimismo em relação a nossa pátria é secular. Rui Babosa já dizia no século passado. “De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.

A escritora não sabe, mas além das virtudes que ele menciona, nos brasileiros, conhecemos um País de oportunistas. Os estrangeiros, ao contrário, nos vêem como um País das oportunidades.
E o oportunismo exacerbado vem exatamente de onde não deveria. Dos nossos governantes! Exemplo claro, cristalino e indiscutível é a política de preços sobre os combustíveis.
Para atender usineiros - financiadores das campanhas políticas - o Governo decidiu adicionar 25% de álcool à gasolina comum, e bancar generosos subsídios ao plantio da cana de açúcar, matéria prima indispensável do álcool.
Tubarões insaciáveis, os usineiros se deram conta que é mais lucrativo ainda, fabricar o açúcar para exportação. Negam-se entregar a produção de álcool para a mistura obrigatória da gasolina, com a desculpa esfarrapada da “entre safra”, forçando novo aumento nos preços.
Geralmente em torno de 3 a 8% de aumento. O mercado externo de açúcar fica saturado. As exportações são suspensas nas proporções que estavam sendo feitas. Sobra produção de álcool mais jamais, os preços retornam ao preço anterior ao período da “entre safra”.
Com os mesmos argumentos (entre safra) o Brasil teve que aumentar a exportação do trigo da Argentina. O preço do pãozinho francês subiu de 10 para 30 centavos. Findou-se o período da “entre safra”. A produção de trigo foi normalizada.
Jogamos fora a oportunidade de adicionar 17% de fécula de mandioca a farinha de trigo para nos tirar da condição de importador de trigo da Argentina. Nem por isso o preço do pãozinho retornou ao preço anterior.
As oportunidades de enriquecimento ilícito por parte da população civil, a pré-disposição do Governo em amontoar dinheiro com a extorsão de impostos, nos dá a sensação inequívoca que não somos um País de OPORTUNIDADES e sim, de OPORTUNISTAS.

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