A reserva extrativista! Conheça
o desenvolvimento sustentado
Habitações usadas como referenciapara entrada em uma das reservas extrativistas no Acre
Essa semana, uma parlamentar do Vale do Juruá teria lançado um desafio aos integrantes da mídia local. Irem com a ela até uma reserva extrativista. Testemunhar a realidade de um pseudo projeto “desenvolvimento sustentado”.
Em outras palavras, o convite da deputada seria mais ou menos assim.
“Vamos ali pra vocês verem com os próprios olhos, como é que pobre vive”.
Precisa não deputada!! Conversei outro dia com o morador de lá.
O “Zezim Caolho” – menção a cegueira em um dos olhos perdidos ainda na infância, quando em companhia do pai, trabalhava na “cata de castanha”. Foi abaixar-se para apanhar um ouriço e se acidentou com um “ispim” de Jarina.
Zezim Caolho me disse: “Outro dia, devido uma briga para saber que era o dono de uma “espera”, o cara armou uma tocaia e matou a tiros de espingarda, seu Pedim.
Ele era quem sozinho caçava para alimentar a mulher, filhos e netos, totalizando mais de doze pessoas.
Foram mais de 28 horas de espera pelo pessoal da polícia chegar ao local e trazer o corpo. Estava estragado e foi enterrado lá mesmo. As “tracoás” haviam comido boa parte do rosto dele onde estavam os ferimentos. A viúva e os filhos se lamentavam por não saber mais quem a partir daquele dia, iria alimentar tanta gente.
“Oia moço (?), sempre fui pobre. Toda minha vida trabalhei em colônias, fazendas e até roçando estradas de seringa. Mas nunca, em toda minha vida, vi tanta miséria”.
E prosseguiu: “Nesse mundão de meu Deus, vivendo pelo meio da mata, existem pessoas que vivem em pior condições que os bichos. Porque precisam matar os bichos para comer e não morrerem de fome”. Ponto!
Não se pode alegar que as reservas extrativistas ainda estão fase experimental e, portanto não atingiram todo seu potencial de desenvolvimento. Essa Reserva do Alto Juruá, por exemplo, já completou 10 anos. É um projeto defendido pela senadora Marina Silva.
Foi instituída pelo DECRETO Nº 98.863, de 23 de janeiro de 1990, assinado pelo Presidente José Sarney. Esta localizada em uma de 506.186 ha (quinhentos e seis mil, cento e oitenta e seis hectares), Quer saber sobre a reserva? Clik aqui http://www.ibama.gov.br/resex/ajurua/opdecret.htm
A proposta que salta aos nossos olhos é que a sustentabilidade desses projetos extrativistas é excelente... Pra quem mora na capital
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