segunda-feira, 16 de março de 2009

Ponto de Vista

Ser velho tem lá suas vantagens

Uma pessoa precisa ter filhos, plantar uma árvore ou escrever um livro. Só assim poderá justificar ou provar sua passagem por esse "vale de lágrimas" e se perpetuar perante a história.

Minha passagem pela terra está devidamente documentada. Tenho centenas de publicações (reportagens,entrevistas,temas, relatos e "causos") dos mais variados temas. Cinco filhos, cinco netos e muitas árvores plantadas.
No último fevereiro, emplaquei 55 anos. Nada menos que o dobro da idade dos muitos jovens de 25 e que se acham. Tenho histórias ainda estocadas que narrarei, se assim Deus permitir, aos bisnetos.

Aos netos, vou relatando fatos mais contemporâneos. Alertando-os contras as armadilhas que caí. Os inimigos que não pude evitar. As boas coisas que deixei de fazer e as coisas ruins que nunca devería ter feito.

Minha vida em vídeo-teipe, mostra crença exacerbada em coisas pequenas. Ideologias políticas, sociais e religiosas. Conservadas desde à adolescência sem nunca rever conceitos e avaliar necessidade de mudanças.

Intempestividade na expressão dos sentimentos, gesto e atos, sem medidas de conseqüências. O bate-pronto nas respostas que deveriam ser pensadas. Sem o pé atrás nas empreitadas infelizes e o freio de mão puxado, nas horas das decisões importantes.

Ser “velho” tem lá suas vantagens!

Quantos jovens de 25 anos você conhece com essa filosofia de vida?

Eu particularmente, nenhum.

E só vim absolver tais ensinamentos e experiências, após viver meio século. Antes, era como todo mundo com a metade da minha idade. Extravagante e alienado. Sempre estava certo. O resto do mundo é que estava errado.

Agora não. Tenho o senso mais crítico, refinado. Continuo achando que todos estão errados. Inclusive, EU.

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