Hipócritas fazem fila para elogiar eleição do Cabide
No meu perfil, expresso horror as hipocrisias e isso não é apenas um chavão pré-fabricado. Não gosto mesmo, e abomino os puxa-sacos. O assunto, acredito ser relevante e oportuno, pela fila dos hipócritas formada após a eleição do popular Cabide, um vendedor ambulante, ao cargo de vereador de Rio Branco, após 17 tentativas frustradas.
O vereador derrotado nas urnas Márcio Batista (PC do B), ao se referir à eleição de Cabide, disse exatamente o que pensa. Foi grosseiro, deselegante e até discriminador. Mas não pode ser taxado de hipócrita. Os dois mil e poucos votos conquistados pelo Cabide – e não interessam de onde vieram afinal nunca se questionou a origem dos votos dos demais – atraiu à atenção dos hipócritas que agora vêm n’ele uma liderança a ser respeitada, naturalmente para não se comprometerem com seu eleitorado daqui a dois anos.
No íntimo, acham o Cabide a bosta do cavalo do bandido em filme de bang-bang. Para o público, são democratas que aceitam a vontade do eleitor. Tá legal... Particularmente, acho que o sol nasceu para todos. No entanto, não votaria no Cabide para ser meu representante.
Lembro - do meu tempo na ativa na mídia -, o que “não” foi publicado contra o deputado jogador de baralho Manoel Machado, quando ele foi indicado pelos seus pares para representar o Poder Legislativo do Acre durante uma dessas reuniões de presidentes dos poderes legislativos.
O representante dos acreanos desembarcou em Brasília com uma camisa florada em cores berrantes por baixo de um terno de gosto duvido e um cordão de ouro dependurado no pescoço, só perdendo a espessura para a corda usada na execução do ditador iraquiano Sadan Hussem.
Provavelmente até seus eleitores se sentiram constrangidos com seu representante. Imaginem o resto da população acreana.
Mas voltando ao caso em foco. Se minha opinião ganhar adeptos achando que é discriminação pela eventual falta de cultura do eleito vereador, afirmo o seguinte: Estando eu trabalhando como repórter do Jornal o Rio Branco há dez longos anos. Certo dia subir em direção a sala da superintendência com pedido de demissão voluntária embaixo do braço.
Diante da insistência do patrão sobre os motivos da minha decisão, fui sincero. “Tenho vergonha de trabalhar sob a chefia do editor que o senhor acaba de nomear”.
E olhem que o indigitado editor, era tido como um dos ban-ban-bans da imprensa do Acre. Só que dentro da minha avaliação, não tinha méritos, ética ou moral para ser meu chefe ou de ninguém. Portanto quando digo que não votaria no Cabide, defendo apenas que ele não é quem eu gostaria de ver me representando. Como ser humano, trabalhador e pai de família, sim. Como representante político não.
Se eu agisse de forma diferente, seria tão hipócrita quanto quem critico e abomino.
Um comentário:
Nosso povo está acostumado com bang-bang. Mocinhos pobres e desamaparados pela vida. Que atravez de muito esforço consegue vencer na vida acima dos bandidões que são os poderosos.
Uns votaram por isso. Outros por deboche.
Mas a verdade é q gente humilde dificilmente levanta a voz para falar. Quando levanta vem um grandão e manda calar a boca. Bem, é uma cadeira a menos. Nada contra ou descrédito das idéias que lhe ocorrerão. Porém não terá voz...
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