quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Falta de caráter

Família de preso da operação Houdine
ofende e descrima os acreanos.


É inerente a profissão do jornalista, conviver com pessoas que não aceitam oposição. Eu mesmo já fui vitima disso. Tenho diversos exemplos vivenciados por colegas de trabalho e, portanto não é novidade para nós, encontrarmos pessoas que tentam nos desqualificar quando uma reportagem, artigo ou comentário, vem de encontro a seus interesses.
Agora mesmo estou sendo atacado quase que diariamente, por familiares do cidadão Sinval, preso durante a “operação Houdine” da Polícia Federal no desmonte da quadrilha que vinha aplicando o golpe do carro fácil. Entre os presos estão acreanos, rondonienses, paranaenses, goianos etc...
Sinval foi preso em Goiânia. Estava aguardando a decisão da Justiça, recluso ao complexo penitenciário em Rio Branco. Durante a madrugada do dia 4 deste mês, se sentiu mal. Foi transferido dentro de um camburão do presídio e lamentavelmente faleceu antes de receber atendimento médico. Ele teria sido vitima de ataque cardíaco.
Como se tratava de uma pessoa de outro Estado. Fui ao Google saber se havia algo sobre aquela pessoa: no site http://www.luziania.com.br/interatividades/boca/impressao.php?id=wR3h3J há informações que Sinval já tinha sido preso em outras oportunidades. Ele gerenciava uma empresa que prometia empréstimo fácil. Exigia o dinheiro do seguro para rápida liberação do empréstimo. O cliente jamais recebia o empréstimo ou o adiantamento antecipado do “seguro”. Enfim, era um golpe.
Uma das vitimas do Sinval foi o senhor Orlando Wlodkovski -, com quem mantive contato. Ele confirmou o que havia denunciado no site de Goiânia e adiantou que ainda não havia se recuperado do golpe aplicado por Sinval.
De posse de tais informações escrevi aqui no Blog sobre a necessidade de se apurar em que circunstância se deu a morte do preso e defendi que se houvessem culpados deveriam ser punidos.
No entanto, acrescentei que o detento não era um mártir inocente e vítima do sistema carcerário perverso e desumano que existe em nosso País. Ele estava preso porque havia cometido crimes. A idéia era mostrar o outro lado da história. Em momento algum, fiz julgamentos pessoais ou defendi a impunidade.
Ainda assim a família que queria transformar a vítima em mártir se sentiu ofendida. Diariamente, e sob anonimato, ' xingam' a mim e os acreanos, de índios vagabundos e ignorantes. Que não temos onde cair mortos e por isso vamos a Goiânia nos tratar das doenças. Enfim, é baixaria a roldo.
Estou levando esses fatos ao conhecimento dos leitores aqui do blog, porque as ofensas saíram do campo pessoal. Agora os defensores do preso morto, nos tratam com racismo e discriminação. Tenho tudo arquivado em minha caixa de e-mail.
Eles (?) devem, mais dia menos dia, retornarem ao Acre na tentativa de arrancar dinheiro do Estado através da Justiça. É um direito deles. É bom, no entanto, que sejam recepcionados pelos acreanos que tanto ofendem, com cortesia, educação e gentilezas. Saberão que não somos índios (e se fossemos?) menos ainda vagabundos ou ignorantes.
A mim, o menor adjetivo dispensado é safado, hipócrita e vagabundo. Não me importo. Em mais de 10 anos atuando como repórter policial, aprendi que bandido só fala grosso quando a vantagem está do lado dele. Aqui no caso, a vantagem é o anonimato. Isso não me causa stressa nem me causa insônia.
Aqui, trecho de um dos e-mails que os parentes do Sinval me mandaram:
basta puxar a sua ficha para saber que vc é tão ou mais covarde do que a policia ai da sua tribo. pra começar não existe empresa fajuta. a saúde aí que precária pra começar a saúde mental desse bando de indio acreano. se aqui não presta porque mandam esse ranto de vagabundo pra vir fazer tratamento aqui? a sua tribo ai não sabe usar as plantas medicinais?

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