profº Márcio
eu, otanon
O Alê
Final de semana agitada na “Boi Não Há”
Após uma reunião familiar que durou todo dia de sábado, os “Andrade & Souza” chegaram a conclusão que o ”tiranossauros-rex-jacaralhaus”, invasor do açude da família, não podia continuar dizimando a criação de peixes do sogro Bastião.
Mas ai veio o impasse! Quem, entre os homens da família, tinha coragem suficiente para enfrentar o bicho? Lembram os leitores que eu e o cunhado Alê, por pouco não perecemos ao trombar no barranco do açude devido o impacto da canoa, após duas vigorosas braçadas de remo do Alê, temendo sermos alcançados pelo bicho do “Zoião”? Então! Eu e Ale, já estávamos descartados como caçadores de Jacaré.
Entre um debate e outro, alguém lembrou o nome do Márcio, outro cunhado, renomado professor do município de Capixaba. Como referência, Márcio é filho de destemido policia Civil de Epitaciolândia. Antes de entrar para o magistério, era um Pitt-bul, pagador, verdadeiro macho e brigador de rua. Acostumado escorraçar gangues de “colhas” lá pras bandas de Cobija. Um ANIMAL!!
Felizmente domesticado, desde que desposou a cunhada Lili Capixaba, última donzela da dinastia dos Andrades. Aprovado o nome do “matador”, Márcio e Lili aportaram na “Boi Não Há” no sábado pela manhã. Ele com pinta de “Salvador da Pátria” e acreditem, armado com uma simples malhadeira. Ela, mau disfarçava o orgulho de ser a mulher do herói.
Após diversos planos e estratégia ficou definido que agiríamos com dois planos. A e B. No plano ”A”, o animal dos "zoião", independente de quantas toneladas pesasse, seria caçado a moda antiga.
Uma possante lanterna made yn Taiwan apontada para seus imensos “zoios” e na aproximação sorrateira dos três machos (Eu, Alê e Márcio) ele seria pego na marra. Na unha, no terçado, no braço, ou em última hipótese, no grito!
Até ensaiamos o grito. Era.. “Valha Mi Deus!... Acuda Nos!! e.. Socooorro".
O plano “A” foi um fracasso. Márcio não demonstrou a menor habilidade com o remo ou sentido de direção. Para esquerda, significava toda velocidade a direita e vice - versa. O jacaré nos deu um tremendo baile e nos venceu pelo cansaço.
Aí a coisa ficou feia pro lado do bicho. Pusemos em prática o plano “B”.
Lili foi ao bagageiro do Gol e retornou com a malhedeira. Única arma que trouxeram de Capixaba. Eu, exímio pescador acostumado a estender redes e malhadeira, mas profundas e correntes águas do Rio Madeira em Porto Velho, fiquei responsável por essa ação operacional. Pois não é que tudo saiu errado e quase morri afogado?
Há cinco metros da margem do açude a lanterna made yn Taiwan caiu n’agua a poucos metros do local onde o “zoião” tinha sido visto pela última vez.
Sem a lanterna a missão seria abortada. Num rompante de coragem e, sem largar a beira da canoa, entrei na água. Segurava com uma mão a malhadeira e com a outra, a beira da canoa. Com os pés tentava encontrar a lanterna. Faltou chão nos pés e para não me afogar, soltei a beira da canoa.
Perdi o resto da coragem quando o Márcio, tentando se aproximar levou a canoa pra longe. Eu de óculos, pijama de dormir, com água lambendo o beiço e apavorado, pedindo que ele trouxesse a canoa. Márcio dava impressão que montava um touro mecânico.
A cada nova braçada com o remo, a canoa “imbicava” para mais longe. Aí entra Alê em sena. Cai n’gua. Ajuda-me e de lambuja, encontra a lanterna. Acesa como se não tivesse caído no açude. Finalmente retornei a canoa e consegui estender a malhadeira.
Na manhã seguinte veio a consternação. Entre um tambaqui gigante, pesando cerca de 1,3 gramas e um curimatã, estava o bicho do “zoião”. Morreu afogado ou se suicidou, temendo um novo confronto com nós.
Márcio, o terror de Capixaba, não sabia que o animal estava morto. Não quis compartilhar do mesmo espaço com o bicho dentro da canoa e, praticamente nos alagou. Na balança, ó monstro dos “zoiões” não passou dos 3 kg.
Foi uma pena. Nossa intenção era caçá-lo. Doá-lo ao Parque Chico Mendes e ali ele morreria de velho. Enfim, tal como acontece com toda celebridade, o “falecido” foi alvo de manifestação durante toda dia e participou de intermináveis sessão de fotos para a confecção de dezenas de books.
The end para o bicho dos “Zoião”
Um comentário:
Gostei da ESTÓRIA, inicialmente pensei que que fosse uma HISTÓRIA mesmo.
Abs. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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