segunda-feira, 16 de junho de 2008

Zoião morreu afogado

profº Márcio
eu, otanonO Alê

Final de semana agitada na “Boi Não Há”

Após uma reunião familiar que durou todo dia de sábado, os “Andrade & Souza” chegaram a conclusão que o ”tiranossauros-rex-jacaralhaus”, invasor do açude da família, não podia continuar dizimando a criação de peixes do sogro Bastião.

Mas ai veio o impasse! Quem, entre os homens da família, tinha coragem suficiente para enfrentar o bicho? Lembram os leitores que eu e o cunhado Alê, por pouco não perecemos ao trombar no barranco do açude devido o impacto da canoa, após duas vigorosas braçadas de remo do Alê, temendo sermos alcançados pelo bicho do “Zoião”? Então! Eu e Ale, já estávamos descartados como caçadores de Jacaré.

Entre um debate e outro, alguém lembrou o nome do Márcio, outro cunhado, renomado professor do município de Capixaba. Como referência, Márcio é filho de destemido policia Civil de Epitaciolândia. Antes de entrar para o magistério, era um Pitt-bul, pagador, verdadeiro macho e brigador de rua. Acostumado escorraçar gangues de “colhas” lá pras bandas de Cobija. Um ANIMAL!!

Felizmente domesticado, desde que desposou a cunhada Lili Capixaba, última donzela da dinastia dos Andrades. Aprovado o nome do “matador”, Márcio e Lili aportaram na “Boi Não Há” no sábado pela manhã. Ele com pinta de “Salvador da Pátria” e acreditem, armado com uma simples malhadeira. Ela, mau disfarçava o orgulho de ser a mulher do herói.

Após diversos planos e estratégia ficou definido que agiríamos com dois planos. A e B. No plano ”A”, o animal dos "zoião", independente de quantas toneladas pesasse, seria caçado a moda antiga.
Uma possante lanterna made yn Taiwan apontada para seus imensos “zoios” e na aproximação sorrateira dos três machos (Eu, Alê e Márcio) ele seria pego na marra. Na unha, no terçado, no braço, ou em última hipótese, no grito!

Até ensaiamos o grito. Era.. “Valha Mi Deus!... Acuda Nos!! e.. Socooorro".

O plano “A” foi um fracasso. Márcio não demonstrou a menor habilidade com o remo ou sentido de direção. Para esquerda, significava toda velocidade a direita e vice - versa. O jacaré nos deu um tremendo baile e nos venceu pelo cansaço.

Aí a coisa ficou feia pro lado do bicho. Pusemos em prática o plano “B”.

Lili foi ao bagageiro do Gol e retornou com a malhedeira. Única arma que trouxeram de Capixaba. Eu, exímio pescador acostumado a estender redes e malhadeira, mas profundas e correntes águas do Rio Madeira em Porto Velho, fiquei responsável por essa ação operacional. Pois não é que tudo saiu errado e quase morri afogado?

Há cinco metros da margem do açude a lanterna made yn Taiwan caiu n’agua a poucos metros do local onde o “zoião” tinha sido visto pela última vez.

Sem a lanterna a missão seria abortada. Num rompante de coragem e, sem largar a beira da canoa, entrei na água. Segurava com uma mão a malhadeira e com a outra, a beira da canoa. Com os pés tentava encontrar a lanterna. Faltou chão nos pés e para não me afogar, soltei a beira da canoa.

Perdi o resto da coragem quando o Márcio, tentando se aproximar levou a canoa pra longe. Eu de óculos, pijama de dormir, com água lambendo o beiço e apavorado, pedindo que ele trouxesse a canoa. Márcio dava impressão que montava um touro mecânico.

A cada nova braçada com o remo, a canoa “imbicava” para mais longe. Aí entra Alê em sena. Cai n’gua. Ajuda-me e de lambuja, encontra a lanterna. Acesa como se não tivesse caído no açude. Finalmente retornei a canoa e consegui estender a malhadeira.

Na manhã seguinte veio a consternação. Entre um tambaqui gigante, pesando cerca de 1,3 gramas e um curimatã, estava o bicho do “zoião”. Morreu afogado ou se suicidou, temendo um novo confronto com nós.

Márcio, o terror de Capixaba, não sabia que o animal estava morto. Não quis compartilhar do mesmo espaço com o bicho dentro da canoa e, praticamente nos alagou. Na balança, ó monstro dos “zoiões” não passou dos 3 kg.

Foi uma pena. Nossa intenção era caçá-lo. Doá-lo ao Parque Chico Mendes e ali ele morreria de velho. Enfim, tal como acontece com toda celebridade, o “falecido” foi alvo de manifestação durante toda dia e participou de intermináveis sessão de fotos para a confecção de dezenas de books.

The end para o bicho dos “Zoião”

Um comentário:

Anônimo disse...

Gostei da ESTÓRIA, inicialmente pensei que que fosse uma HISTÓRIA mesmo.
Abs. kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk